quinta-feira, 8 de julho de 2010

Cracóvia, dia 2

  • País: Polônia
  • Cidade: Cracóvia - Auschwitz - Birkenau
  • O melhor do dia: Um momento de Reflexão importante.
Olá, pessoal. Bom, vou terminar de contar como foram as coisas em Cracóvia.
Depois da balada, temos que acordar. Graças a Deus as bebidas daqui tem pouquíssima quantidade de aldeídos, então, você não fica de ressaca, ou com dor de cabeça no outro dia. Enfim.
Acordei, peguei a viola... Não fui passear pelo centro, só pelos arredores, para me poupar um pouco em Auschwitz, afinal eram no total 4 horas e meia de visita.
Preparei aquele que seria meu jantar do dia anterior no almoço. Até que era gostoso, mas o macarrão era meio sem sabor... Era só ovo e farinha, sem sal, nem nada e como eu preparei só com um molho de tomate concentrado, não ficou aquela maravilha. Comi e parei de reclamar, afinal paguei muito pouco por isso.
Depois disso, sentei e fui ler um pouco sobre Auschwitz para não ficar lá boiando como se tudo fosse novidade geral.
Chegou então a hora de ir para lá.
Pegamos um onibus às 13:45 num total de 1:30 até chegar lá. Passaram um filme sobre o dia da libertação de Auschwitz e depois eu dormi... hehehehe!
Também tem pedágio por aqui...

Chegamos em Auschwitz. O dia estava chuvoso e frio. Parece até que o tempo fechou só para dar aquela sensação sombria. O primeiro lugar que visitamos foram os campos de concentração.
 Essa foto é uma visão geral de Auschwitz
O famoso portão...

Passamos pelo portão com a Famosa frase dos Campos de Concentração: Arbeit Macht Frei (O Trabalho liberta), que era usada para iludir os prisioneiros, que não eram compostos apenas por Judeus, mas também Ciganos, Deficientes (Físicos e mentais), Homosexuais, prisioneiros de Guerra e Prisioneiros Políticos. O lugar em si, não é tão sombrio, mas a história que está por trás de tudo isso e a parte interna dos abrigos (Alguns deles, foram reformados para abigar o Museu de Auschwitz e outros museus) e um dos abrigos foi mantido exatamente como ele era. Esse sim era sombrio por dentro.

Os abrigos.
Essa foto mostra o momento em que as pessoas chegavam em Auschwitz. Ali mesmo eram selecionadas. Os mais saudáveis, eram pegos para trabalhar, principalmente na construção de abrigos. A cena que me veio à Cabeça foi "O Pianista" de Roman Polansky. As pessoas que não estavam saudáveis, eram levadas às câmaras de gás, com a promessa de tomarem um banho para desinfecção. Segundo a guia, nas câmaras de gás, haviam decorações sutis e agradáveis, como flores. Algumas eram selecionadas para experimentos médicos.
Remontagem da Câmara de gás. Eram colocadas em torno de 2000 pessoas ou mais.

A primeira sensação que tive quando entrei em um dos abrigos, foi de amargura. A pior coisa a se fazer nesse lugar é imaginar as pessoas naquele momento, portanto tentei não imaginar.. Mas, muitas fotos do local não permitem que você tente ver aquilo como um prédio que foi erguido tal como era. Definitvamente tenho a sensação de que o espírito de todos os que ali foram torturados e assassinados está incrustrado em cada um dos tijolos. Apesar dos pesares, é um impacto que eu acho necessário para que as pessoas saibam que isso existe e que é realmente desumano. Infelizmente não é só contando histórias que as pessoas entendem o sofrimento alheio e assim, repetem-se histórias terríveis de massacres.


Depois de ver, detalhadamente a situação das pessoas quando chegavam em Auschwitz (E vinham pessoas de toda a Europa). Tivemos acesso a alguns arquivos históricos do Holocausto. Registro das experiências médicas nas pessoas, por exemplo.
Vimos uma montagem do crematório e das câmaras de gás e depois, algumas montanhas de objetos pessoais daqueles que ali foram massacrados. Malas, sapatos, roupas, cabelo, óculos... enfim.
Isso é cabelo humano. Os soldados alemães raspavam o cabelo das pessoas. Chegou a ser fabricado tecidos a base da cabelo humano. Isso é assustador.
Os óculos das pessoas que foram ali assassinadas.
Essas eram próteses de pessoas deficientes. Mais uma vez, a cena do Roman Polansky vem à cabeça, quando soldados alemães jogam um cadeirante de um terraço.

Ao lado do Alojamento que foi preservado tal como era, foi também preservado um paredão de fuzilamento. Algumas pessoas que desobedeciam os soldados, ou eram pegos ouvindo rádio em estações proibidas, eram levados a esse lugar.

Esse paredão fica entre os blocos 10 e 11. Nas janelas do bloco 10, foram colocadas vedações de madeira, para que as pessoas desse bloco não vissem o que estava acontecendo. No bloco 11 eram levadas todas as pessoas que iam contra as regras do Campo de concentração.
O paredão.
Algumas fotos do bloco 11 e das cercas de Segurança do Campo de concentração. Esses arames farpados eram todos eletrificados e essa grade dupla, dificultava a fuga. Desse jeito, entre uma cerca e outra, os soldados podiam matar os fugitivos.
Momento mais tenso do dia: Essa era uma das câmaras de Gás e Crematório. Dá para imaginar então o que é essa fuligem preta na parede, não?
Um dos fornos em que eram colocadas as pessoas. Cabiam três pessoas por vez e funcionava 24 horas por dia. A mesma fábrica que produziu esses fornos, produziu os fornos de Birkenau. No fim do holocausto, o proprietário da Fábrica desses fornos suicidou-se.

Saindo de Auschwitz, fomos para Birkenau, que foi construído um tempo depois de Auschwitz, pois este já não comportava mais a demanda. Bom, assim como Auschwitz, Birkenau tinha câmaras de Gás, crematório, alojamento...
 Um dos alojamentos de Birkenau: Dá para perceber que era maior que os de Auschwitz?
Aquela cerca medonha.
Essa linha de trem foi especialmente construída para atender Birkenau. Esse gramado, nao existia. era tudo de terra batida e lama.
Dentro do Alojamento: camas com três andares, iluminação precária, conforto zero...
Um dos vagões que levavam as pessoas até Auschwitz-Birkenau.
Era uma boa caminhada das câmaras de gás até a entrada principal. Birkenau era uma entrada sem volta. Dos quase 1,5 milhões de pessoas ali assassinadas, apenas 150 conseguiram escapar. Quando os Russos invadiram a Alemanha, começaram a destruir varios prédios a fim de esconder "evidências".
Essa é a ruína de uma das câmaras de Gás. Creio que essa era a número 3 de 5 Câmaras. A Sexta não foi concluída.


Depois de uma visita dessas, tudo o que eu conseguia pensar era: Meu Deus, esse lugar existiu e muitas coisas começam a passar na cabeça. De volta ao Hostel, comi um sanduíche lá, passei no carrefour para comprar meu café da manhã do outro dia (Afinal no Trem tudo é absurdamente caro) e me preparei para ir.
Claro, estava chovendo uma chuva fininha quando eu fui para a estação. Por sorte a estação ficava realmente perto do Hostel.
Bom, pessoal, é isso aí. Tenho que escrever o que aconteceu em Praga também.
Abraços.

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